João amava Maria e era correspondido. O amor deles era algo que estava além de seu tempo. Eles se sentiam privilegiados, pois o amor deles era mútuo. Porém nem tudo era um mar de rosas na vida de João e Maria. Apesar de se amarem, suas famílias reprovaram o romance. Mesmo gostando de seus parentes, João e Maria decidiram tocar sua vida em um outro lugar.
Os dois mudaram de bairro, mas ainda eram perseguidos. Na primeira vez em que se beijaram na rua, a vizinha da esquerda chamou os filhos para entrarem em casa, para que não fossem contaminados. O vizinho da esquerda, mais inflamado, xingou: “Seus depravados!”. João e Maria entraram em casa. Eles não entendiam por que eles estavam sendo perseguidos. João estava chateado, mas Maria não se abatia facilmente e disse para o marido não se importar com os vizinhos. Mesmo assim, eles decidiram que não iriam mais dar as mãos na rua, nem se beijar.
Um dia, porém, Maria não agüentou e beijou João na frente de todos. Ela não entendia como um amor daquele poderia ser reprovado pelos outros. Infelizmente, os vizinhos se revoltaram mais e começaram a apedrejá-los. João e Maria correram para casa. Eles não entendiam. Como é que as pessoas poderiam reprovar alguém que amasse?
Vange Leonel (Revista da Folha – Abril/04)
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