Os dias se passaram e ele viu tudo a sua volta cair, se desfazer como se apertasse a tecla 'delete'. Não podia fazer nada, não agora, já que ele mesmo construíra de forma delicada e com muito empenho todo o enredo que agora acontece. Hoje ele é apenas ator, um ator belíssimo que executa seu papel de mocinho num filme por ele escrito. Como num filme de verba limitada, ele é diretor, roteirista, autor, editor e ator. E fez tudo muito bem. Construiu um drama emaranhado, cuidou de cada detalhe para ser verossímil, conhece os cenários como poucos e atua com majestade em sua obra-prima.
E dentro do quarto abafado, como se visse o Coliseu, seu cenário favorito, ruir à sua frente, ele deixou uma lágrima cair. Ela era pesada, talvez com o peso de toda a melancolia que ele jurava e se orgulhava de não ter, e foi seguida por um córrego de sentimentos quebrados, sonhos incertos e medo. Medo do futuro que se constrói na contramão do Coliseu que se destruiu.
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Um comentário:
seria seus sonhos destruidos??
;*
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